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sábado, 25 de junho de 2011

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: "LER PARA SER" - COMPETÊNCIA FOCO: LEITURA (COMPETÊNCIAS DE PROCESSO: CO/EO; E e CEL)

Apresentada dia 22/06/11.

Uma proposta interessante para a obra "História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar", Luís Sepúlveda

COMENTÁRIO A SEQUÊNCIA DIDÁCTICA

COMENTÁRIO SOBRE SEQUÊNCIA DIDÁCTICA DO 3º CICLO
TÓPICOS:
·         TÍTULO
·         COMPETÊNCIAS ASSOCIADAS
·         COMPETÊNCIA FOCO
·         APRESENTAÇÃO
ETAPA 1
·         Análise  de textos/discursos autênticos, que estão disponíveis no sítio da Fundação Calouste Gulbenkian


ETAPA 2
·         Laboratório de Língua
ETAPA 3
·         Oficina de escrita
CONCLUSÃO







COMENTÁRIO SOBRE SEQUÊNCIA DIDÁCTICA DO 3º CICLO

  1. TÍTULO:  “Jovens consultores da Biblioteca Escolar”

  1. COMPETÊNCIAS ASSOCIADAS:  LEITURA E  CEL

  1. COMPETÊNCIA FOCO: ESCRITA

  1. APRESENTAÇÃO
«1. Nome da Sequência:
2. Contexto/projecto: Aconselhamento para a biblioteca escolar: como recomendar livros?
3. Ano de escolaridade: 7.º ano
4. Duração estimada: 1 semana e meia
5. Competência foco associada ao resultado esperado no final do 3.º ciclo:
Escrita (Escrever para responder a necessidades específicas de comunicação em diferentes contextos e como instrumento de apropriação e partilha de conhecimento.)
(Cf. p.117, Resultados esperados para a Escrita, 3.º ciclo)
6. Resultado final da sequência didáctica: Escrever com autonomia e fluência apreciações críticas com recomendação para aquisição de livros pelo
professor-bibliotecário da escola, adoptando as convenções próprias do género textual em causa.
7. Descritores de desempenho
- Reinvestir em textos pessoais a informação decorrente de leituras efectuadas.
- Redigir textos coerentes, dando ao texto a estrutura e o formato adequados.
- Utilizar, com autonomia, estratégias de preparação e de planificação da escrita de textos.
8. Conteúdos Associados (Cf. Roteiro)
9. Conhecimentos Prévios (Cf. Roteiro).
10. Tema interdisciplinar: não se aplica.»

   Consideramos a apresentação clara e sucinta, sublinhando que este resumo  de toda a sequência didáctica é uma mais valia na apresentação da mesma, permitindo, de acordo com a filosofia dos PPEB, uma visualização pertinente de todos os tópicos que deverão orientar-nos na concepção da mesma.
   Trata-se de uma sequência a aplicar num período estimado de uma semana e meia e cremos que a gestão de tempo será a adequada para as actividades/descritores de desempenho propostos, não esquecendo, contudo, que o nível e ritmo de aprendizagem dos alunos deverá permitir-nos  reorientar esta mesma gestão.
   Sublinhamos ainda que esta sequência seria mais enriquecedora ainda se se aplicasse o Projecto interdisciplinar, permitindo o cruzamento destas competências no âmbito da escrita e leitura de forma transversal com outras disciplinas (História, Geografia, Ciências Naturais,…), tendo em conta esse mesmo carácter da Língua Portuguesa. Assim seria interessante que as apreciações críticas a efectuar para novas aquisições de livros para a BE se alargassem a livros também destas matérias e não apenas ao texto literário.
   Consideramos ainda as notas finais bastante esclarecedoras, sendo aí referidas também as competências implicadas nesta sequência dos domínios da leitura, CEL e escrita, a origem dos documentos autênticos (sítio da Fundação Calouste Gulbenkian) e a síntese do que se pretende em cada etapa, incluindo o momento de avaliação         (documentos produzidos na etapa três: grelhas de apreciações críticas e ainda de auto e heteroavaliação).

             4.1 Etapa1: «Na etapa 1 são utilizados como objecto de análise textos/discursos autênticos, que estão disponíveis no sítio da Fundação Calouste Gulbenkian. Estes textos/discursos têm duas componentes: uma ficha técnica (que não será objecto de trabalho nesta sequência) e uma parte textual de natureza apreciativa. Nesta sequência estará em foco apenas esta componente textual, embora seja importante para o aluno compreender a composição integral do documento.»


               4.2 Etapa 2: «Para o trabalho proposto na etapa 2 foram seleccionados conteúdos gramaticais especificamente relacionados com o tipo de texto que está em foco nesta sequência. O critério de selecção diz respeito à frequência de ocorrência de elementos e estruturas linguísticas que predominam em textos/discursos de natureza
tendencialmente apreciativa. A metodologia de trabalho adoptada foi a de Laboratório Gramatical (Duarte, I. 1992, 2008). Sugere-se que o aluno verifique as suas respostas (por exemplo, através de auto ou heterocorrecção) no fim de cada fase do laboratório, antes de passar à fase seguinte.»

       
               4.3 Etapa3: «Avaliação
A avaliação tem como suporte dois documentos produzidos pelos alunos na etapa 3, as produções textuais (apreciações críticas) e as grelhas de auto e hetero-avaliação
preenchidas pelos alunos.»
  1. De um modo global, podemos apresentar os seguintes aspectos fortes desta sequência didáctica:
·         Colocando-se o aluno no centro do processo de ensino – aprendizagem, rentabilizam-se as suas experiências de leitura, envolvendo-o no processo de escolha das obras a adquirir para a BE. Destaque-se o  papel central da BE em todo o processo educativo pluri e transdisciplinar, podendo pois o aluno aprender e testar em situação esta mesma realidade ;
·         O aluno é valorizado como veiculo cultural também, partindo-se  do seu saber funcional e dos seus interesses e experiências de leitura para um cabal envolvimento escolar, onde todos os parceiros contam.
·         O aluno é colocado perante uma situação concreta de aprendizagem, para intervir num contexto fora da sala de aula, e confrontado com documentos autênticos, valorizando-se o uso da língua materna numa perspectiva transversal (Ler para construir conhecimento)
·         Este confronto com os documentos rudimentares, antigos e pouco atractivos (datados de 1964 e 1971), embora úteis, vai despertar no aluno a eventual necessidade da renovação dos mesmos e, simultaneamente, a importância da actualização do corpus textual da BE, funcionando esta experiência pedagógica, a nosso ver, como Motivação do discente quer para a importância da leitura quer da escrita.
·         Todas as etapas estão lógica e coerentemente encadeadas, sendo clara a complementaridade de conteúdos e aprendizagens a realizar no âmbito da competência foco e competências de processo e os descritores convenientemente seleccionados.
·          Leva-se o aluno,  a partir da leitura, observando e vendo (Ver) os documentos, a alargar os seus conhecimentos linguísticos (CEL) para depois se aplicarem os mesmos ao nível da escrita (Julgar e Agir) numa lógica de  recepção-» produção, sublinhando-se, assim, a importância do binómio leitura-escrita.
   Quanto à apresentação das etapas e fichas de trabalho respectivas, podemos referir os seguintes aspectos fortes e fracos:
    Esta sequência apresenta, de forma equilibrada quanto à distribuição de domínios a trabalhar, três etapas, propondo-se, para cada uma, de forma sucinta e rentável, uma ficha de trabalho.
    Na primeira, analisam-se os documentos da do sítio da F.C. Gulbenkian existentes para o efeito (Análise de textos/discursos escritos contendo apreciações críticas positivas e negativas). Esta ficha de trabalho tem sete páginas, sendo a nosso ver a actividade mais morosa;
   Aqui sublinhamos como aspecto fraco desta etapa a data recuada dos materiais autênticos disponibilizados, o que os torna, de facto, pouco atractivos para a tarefa proposta aos alunos. Pretende-se levar os alunos a analisar os mesmos documentos  para poderem articular o sentido com o contexto e a intenção do autor; e ainda observar regularidades quanto à composição formal dos textos. Este é um exercício de análise linguística e os exercícios propostos são pertinentes.

    Na segunda, trabalhar-se-ão conteúdos CEL em metodologia de Laboratório Gramatical (Verbos transitivos predicativos Predicativo do sujeito (2.ºciclo) e predicativo do complemento directo (3.ºciclo) Subordinação: oração subordinada substantiva completiva.)
   Destacamos, pois, nesta etapa, que o aluno reflecte sobre estes conteúdos CEL de forma contextualizada, colocando-se as questões de forma problematizada, permitindo ao aluno ainda completar regras de sistematização destes conteúdos referentes ao conhecimento explícito da língua, atentando no processo de funcionamento da língua, construindo o seu próprio saber passo a passo, numa perspectiva construtivista.

    Finalmente, na terceira, propõe-se uma actividade de escrita – Oficina de escrita (Elaboração de uma apreciação crítica de um livro lido com vista à produção de fichas de apreciação crítica para o professor bibliotecário da escola.- Tipologia textual (texto de apreciação crítica)

   Aqui será de referir como positivo o respeito das três fases de produção escrita (reflexão sobre o que vai escrever e sua planificação, textualização e revisão da escrita), contudo as questões 10 e 11, dizendo respeito à “correcção e aperfeiçoamento do texto”, deveriam constituir uma terceira parte (III) da ficha 3 em causa e não as questões 10 e 11 da segunda parte(II) da mesma.

  Caberá, para terminar, referir a principal razão que nos levou a escolher esta sequência didáctica, a par com o título sugestivo que, desde logo, sublinha o relevo a dar  aos jovens (aqui entendidos como parceiros e consultores) que sempre devem estar  no centro do (seu) processo de aprendizagem, e o destaque dado ao papel da Biblioteca Escolar como motor/veículo de uma aprendizagem pluri inter e transdisciplinar, que se quer sempre actualizada.

   Na verdade, consideramos que todas as sequências didácticas propostas poderiam ser coerentemente encadeadas numa só, se se desejasse, onde o Foco seria, nesse caso, a nosso ver, a Leitura. Isto mesmo seria possível através de um percurso pedagógico que, em espiral e em articulação constante com a sequência anterior, cruzaria as várias competências foco e de processo indicadas, segundo a filosofia dos PPEB e expandindo  assim o trabalho didáctico desenvolvido nas sequências anteriores.
   Esta sequência que seleccionámos (“Jovens consultores da BE)” seria, em nossa opinião, pertinente e necessariamente a primeira etapa, a saber:  

   1 –“Jovens consultores da Biblioteca Escolar” (Leitura /CEL/ Escrita)
   2 –“Tu achas a gramática um problema?” (CEL/CO e EO/Leitura/Escrita)
   3- “As escolhas do 7ºx” (CO e EO/Leitura/Escrita/CEL)
   4- “Ler para compreender o mundo” (Leitura/ CO e EO/CEL/ Escrita).

   Desta forma, partindo da Leitura, que permite trabalhar de forma envolvente todas as outras competências então consideradas de processo, regressaríamos à leitura, já na sua dimensão de fonte de conhecimento do mundo e cultura geral, não descurando a Compreensão do Oral,  a reflexão sobre o Conhecimento Explícito da Língua, fonte de melhores e maiores aprendizagens linguísticas a aplicar, com correcção, em situação, nas desejáveis Produções/Expressões Orais e Escritas, solicitadas aos nossos discentes.

   Sublinhamos, ainda, como na sequência escolhida, através da aprendizagem e aperfeiçoamento do domínio da Língua Materna, trabalhamos também a capacidade de intervir adequadamente, Vendo e Julgando para melhor Agir sobre o meio, como cidadãos críticos, intervenientes e autónomos, pois «em Português nos entendemos».